Procon Carioca pune 32 farmácias por prática abusiva e reforça aplicação da LGPD no varejo.
O Procon Carioca aplicou multas que somam R$ 1,016 milhão a 32 farmácias do Rio de Janeiro por práticas consideradas abusivas no uso de dados pessoais. Os estabelecimentos foram flagrados condicionando descontos e até consultas de preços ao fornecimento do CPF dos clientes, sem oferecer a devida transparência sobre a finalidade dessa coleta. A ação, batizada de “CPF Protegido”, reforça a importância da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no dia a dia do consumidor.
Segundo o secretário João Pires, exigir CPF como moeda de troca para liberar vantagens é uma violação direta da legislação de privacidade. Rodrigo Corrêa, da Secretaria de Integridade, destacou que a medida não se trata apenas de punir, mas de mudar a cultura do comércio, lembrando que a proteção de dados é um direito fundamental. Antes das multas, o órgão havia feito uma fase educativa de 60 dias para orientar os lojistas sobre as regras, mas muitos continuaram descumprindo a lei.
Do ponto de vista do marketing, o caso traz um alerta poderoso. Programas de fidelização baseados em dados precisam ser construídos sobre confiança, clareza e consentimento informado. Caso contrário, o que deveria ser um benefício ao consumidor acaba virando motivo de desgaste e perda de reputação. No cenário atual, onde transparência é um valor cada vez mais cobrado, abusar do CPF do cliente pode significar trocar alguns centavos de desconto por uma crise de imagem.
Pontos estratégicos para o mercado
- Multa de R$ 1,016 milhão aplicada a 32 farmácias no Rio.
- Exigir CPF para descontos sem transparência fere a LGPD.
- O consumidor espera experiência clara e ética ao compartilhar dados.
- Fidelização só funciona quando baseada em confiança mútua.
- Caso mostra que descuido com privacidade pode virar crise reputacional.
O episódio mostra que o varejo precisa repensar suas estratégias de relacionamento. Mais do que oferecer vantagens, marcas devem investir em narrativas de respeito à privacidade e em comunicação honesta. No longo prazo, essa postura se traduz em vantagem competitiva, já que confiança é um dos ativos mais valiosos no vínculo entre empresas e consumidores.