Felca expõe conteúdos que sexualizam crianças nas redes e inicia um movimento de alerta contra a adultização digital.
O influenciador Felca, conhecido por sua postura crítica e contundente, virou o centro de uma polêmica nacional ao publicar um vídeo em que denuncia a adultização de crianças e adolescentes em conteúdos digitais. A publicação viralizou rapidamente e escancarou uma questão séria, mas pouco debatida fora das bolhas mais conscientes: o uso da imagem infantil para atrair audiência, engajamento e até intenções inapropriadas.
No vídeo, Felca critica diretamente conteúdos em que crianças e jovens aparecem em coreografias, trajes e posturas sugestivas, muitas vezes de forma disfarçada por trends ou humor. Ele cita como exemplo os vídeos do influenciador Hytalo Santos, de 27 anos, ao lado da jovem Kamylinha, de 17. Para ele, os vídeos seriam consumidos de maneira inadequada por públicos mal intencionados, mesmo sem quebra explícita de regras de uso.
A reação nas redes foi intensa. Em vez de acolherem o alerta, milhares de internautas passaram a acusar Felca injustamente de pedofilia, distorcendo completamente o teor do conteúdo publicado. Em resposta, o influenciador anunciou que está processando mais de 200 perfis por calúnia, difamação e injúria.
“O meu vídeo não é sobre atacar ninguém, é sobre alertar sobre um problema real. Mas ao invés de ouvirem, me atacaram com uma narrativa criminosa”, disse Felca em seus stories.
O caso se agravou quando os perfis de Hytalo e Kamylinha foram temporariamente derrubados após denúncias em massa. O episódio dividiu opiniões na internet, acirrando debates sobre limites na criação de conteúdo, exposição infantil e responsabilidade digital.

O que aconteceu no caso Felca?
- Felca publicou um vídeo denunciando a adultização de crianças e adolescentes em conteúdos virais.
- O caso envolvia diretamente os influenciadores Hytalo Santos e Kamylinha.
- O vídeo viralizou e gerou acusações falsas contra Felca por parte de centenas de perfis.
- Em resposta, ele abriu mais de 200 processos por difamação e calúnia.
- Os perfis citados no vídeo foram derrubados temporariamente após denúncias em massa.
O que isso revela sobre redes sociais e publicidade?
- Publicidade infantil é proibida no Brasil, segundo o Código de Defesa do Consumidor e a resolução nº 163 do Conanda.
- Mesmo com a proibição, crianças seguem sendo exploradas como influenciadoras, em perfis gerenciados por adultos.
- O fenômeno da adultização digital expõe menores a olhares maliciosos, muitas vezes sem o conhecimento dos pais.
- Plataformas como TikTok e Instagram ainda são falhas em detectar nuances de exploração infantil.
- A cultura do engajamento a qualquer custo tem levado a naturalização de conteúdos sexualizados com crianças, disfarçados como “fofos”, “engraçados” ou “tendência”.
O caso Felca escancara como as redes sociais podem distorcer narrativas sensíveis, transformando uma denúncia legítima em um ataque ao próprio denunciante. Mais do que uma polêmica momentânea, o episódio acende um alerta sobre o tipo de conteúdo que se normaliza em nome do engajamento, e o impacto direto disso na segurança e na integridade de crianças expostas desde cedo à lógica da audiência.